sábado, 6 de novembro de 2010

A vilã ou a mocinha? ( Doidas e santas = a Mulheres )


A SERENATA

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobro
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
— só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

Adélia Prado

Toda mulher é dooida. Impossível não ser. Eu só conheço mulher doida. Pense em qualquer uma que você conheça e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualidades : exagerada, dramática, teimosa, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante, Pois então, também é louca E fascinante e essa nossa insanidade tem nome : Chama-se vontade de viver até a última gota’

Trecho do livro : Doidas e santas – Martha Medeiros

Se sua vida fosse um filme, quem você gostaria de ser? A vilã ou a mocinha?

Se você respondeu apenas uma das duas alternativas acredite, você provavelmente nunca poderá fazer com que isso se torne realidade. Desde sempre, nos fizeram acreditar que existem dois tipos distintos de pessoas: As boas e as ruins. Podemos observar isso claramente nos contos de fadas, filmes americanos ou até mais perto, nas nossas novelas brasileiras. A maioria das histórias segue o mesmo estilo narrativo: Mocinha que sofre, príncipe que se apaixona e vilã que – sempre – se ferra no final ( Clichê até demais )

Na vida real não é assim que acontece, na verdade, na vida real não se tem uma regra pra isso! Nós seres-humanos não somos formados apenas por extremos como apresentam na mídia. Somos eternos Contrastes submetidos a oscilações instantâneas, quer dizer, assim como ninguém é absolutamente bom e ingênuo, ninguém é totalmente cruel e perverso. Sempre existirá o ódio, assim como sempre existirá o amor – pelo que é considerado certo ou não.

É absolutamente normal sentir, por exemplo, inveja e amor por uma amiga, saber lidar com esse híbrido de sentimentos é o que determina o que realmente somos ou deixamos de ser.

Mulheeres – a noossa natureza de leoa e a nossa corajosa humildade, aquela que nos faz perdoar e pedir perdão para desobstruir nosso caminhos. Mulheres vão em frente e voltam, mulheres prosseguem e retornam, dois passos para frente e um passo pra trás, cautela e coragem. A virtude e pecado sempre dentro da bolsa, inseparáveis, nada se perde . Eis a visão pessoal, passional e parcial, que é exagerada, mais instigante : Os homens passam, mas as mulheres não morrem por que nos somos o ‘sexo forte rsrs’

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