segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ainda

Se eu tivesse que escolher uma só pessoa para ter de novo nos meus dias, esse alguém seria você. Com todos os seus defeitos, com as suas mancadas, com o tanto que você partiu meu coração. Porque ainda é de você que eu lembro quando alguém fala de amizade. Ainda é seu nome que aparece na minha cabeça quando escuto ''As nossas música''. Ainda é o som da sua risada que invade a minha casa no domingo à noite, quando começo a questionar todas as decisões da minha vida. Por mais que eu tenha tentado, de todas as formas possíveis e imagináveis, ainda é você. E eu quis muito que não fosse.
Mas eu já falei muito de amor. De relacionamentos inacabados, paixões fugazes e decepções inesquecíveis. Eu falei de corações partidos. De lágrimas, de tentar esquecer, de tentar superar. Falei de saudades absurdas. E falei de você em cada entrelinha de todos os textos da minha vida. Porque você passava por cada uma das minhas maiores dores. Mas eu não quero mais falar sobre o nosso passado. Eu não quero falar do que a gente foi – esse casal sem encaixe que tentou tanto se encaixar. Hoje, só hoje, eu queria mesmo era falar sobre tudo aquilo que a gente ainda pode ser. Eu queria falar de perdão.
Sei bem todas as minhas últimas palavras. Aquela promessa não cumprida de que eu iria te esquecer. Aquele juramento de que nunca iria perdoar. Você me conhece (ou conhecia, já não sei mais). Meu ascendente é escorpião. Meu sobrenome é vingança. Meus pontos finais – com você, ao menos – são sempre marcados por uma dose de rancor. Mas de que adianta fingir que você nunca mais irá fazer parte da minha vida se eu ainda abro um sorriso enorme ao me lembrar da forma que você me abraçava apertado no meio dos filmes de terror que tanto odiava?
Eu ainda imagino um futuro ao seu lado. Ainda imagino nossa casa, nossos filhos, nossos sonhos e nossos planos. E depois me culpo por isso, porque não posso mais te imaginar comigo. Minha mão tenta te puxar, mas meu cérebro insiste que você errou demais. E quando é que a gente sabe se o amor consegue preencher os buracos que as desilusões causaram?
Mas eu te amo. Ainda, com toda a nossa história torta e cheia de falhas. Eu te amo com seus erros. Eu te amo com nossos gritos, nossas brigas, nossas conclusões precipitadas de que não daria certo. Eu te amo ainda que a gente tenha desistido todas as vezes que tentamos, antes até de ter tentado de verdade. Eu te amo mesmo que você tenha me magoado, porque sei que tenho minha responsabilidade em cada uma das minhas decepções. Eu te amo quase sem expectativas. Porque meu amor deu de goleada no orgulho, mandou o rancor para bem longe e apagou qualquer resquício de vontade de me vingar. E, por tudo isso, hoje, eu decidi que te amo também com meu perdão. Porque eu te amo. Ainda.

Você

Você aparece no sorriso do Ian Somerhalder, no meio do último episódio de The Vampire Diaries. E se esconde no meio da letra da música “Sei” do Nando Reis. Você circula pelos rostos de desconhecidos nas esquinas em que eu viro. E tem mania de se disfarçar nas gargalhadas alheias. Você finge que vai embora, que se mandou de vez, e aí aparece na minha memória no meio de um encontro com o carinha da minha faculdade, só para me lembrar que nenhum outro consegue provocar o mesmo efeito que você.
Você se agarra em meus textos, só para impedir que qualquer outro vire protagonista de minhas histórias. Você abraça todas as músicas do meu iPod, só para eu me lembrar de você em cada suspiro dos meus cantores preferidos. Você está por perto quando eu vou a farmácia, quando corro na esteira da academia e quando coloco a cabeça no travesseiro e faço um esforço tremendo para não me lembrar mais de você.
Aliás, fazer um esforço tremendo para te esquecer é tudo o que eu tenho feito nesses últimos dias. Mas você nem precisa se esforçar para me fazer lembrar. Eu te enxergo na nuca do meu vizinho carioca. A parte de trás do cabelo dele tem o mesmo corte que o seu. Eu te escuto na ligação que minha melhor amiga recebe do namorado, porque eu SÓ consigo pensar que eu queria que você me ligasse também. Eu vejo seu olhar de decepção no meio da mensagem que escrevo para o carinha com quem eu ando saindo, só para me provar que meu coração não tem dono. Mas ele tem.
Eu escuto suas broncas quando faço algo errado. E ouço seu riso enquanto assisto aos filmes que nós custumava-mos assitir. Eu sinto seu cheiro quando alguém parecido com você passa por mim. Eu vou atrás de um estranho no ônibus pensando que é você. Eu tremo inteira quando um número desconhecido começa a me ligar. E quando o Facebook avisa sobre alguma notificação, eu sempre acho que pode ser VOCÊ tentando me ganhar outra vez.
Mas é no momento em que eu penso em você enquanto cantarolo “Estranho seria se eu não me apaixonasse por você” que eu canso de fugir. Derrubo as minhas próprias barreiras, deixo as paredes que construí em volta do meu coração desmoronarem e, sem defesas, me rendo. É, eu me rendo. Porque te esquecer eu não posso. Então, só me restar te amar sem medo. E eu te amo.

Eu preciso saber...



A recaída de amor acontece como num daqueles pesadelos que se está caindo. De repente você acorda sentado na cama: Meu Deus, eu preciso saber! Mas se eu já estava tão bem há semanas. Volte a dormir, volte a dormir. Você já tinha decidido lembra? Nada a ver com você, chato, bobo, não deu certo. Mas eu preciso saber.
Não, não precisa. Pra quê? Vai te machucar. Não! Eu preciso saber. Então levanto da cama. Facebook, a desgraça em formato de parquinho virtual. Nome dele, aparece a foto azulada e ele de perfil. É tão bonito. Mas não há mais nada que eu possa ver. Nos deletamos mutuamente pra evitar justamente esse tipo de inspecão noturna.
Mas isso não vai ficar assim. Ligo pra nossa amiga em comum. Ela não atende, afinal, são duas da manhã. Mando mensagem “me manda sua senha do Facebook agora ou vou ficar te ligando até amanhã cedo”. Ela manda a senha e um palavrão. Acesso. Vamos ver. Eu preciso saber. Eu preciso. Então vejo que ele não posta nada há cinco semanas. Fotos, fotos. A única foto nova é o flyer de uma festa que eu fui e ele não estava. Nada
Jogo o nome dele no Google. Aparece uma foto dele alcoolizado dando entrevista em uma festa de mídia. Como é lindo. Tento o Twitter mas ele só escreve piada de político. Tento o Facebook, Twitter e blogs de amigos. Está ficando tarde. Se eu tivesse essa mesma concentração e minuciosidade e empenho e energia para o trabalho estaria rica. Estou retesadamente motivada e atenta. Mas não consegui nenhuma informação e eu ainda preciso saber.
São seis da manhã. Estou cansada. Coloco a música de quando você forçou a porta do quarto e entrou. Black Swan. Não sou boa de inglês como você, mas sei que é a história de algo que já começou fodido porque cresceu demais antes da hora, você que pegue um trem e suma daqui. Que bela música pra começar. Ok, agora estou chorando. Lembrei que eu me sentia tão viva com você me olhando bem sério e bem no fundo dos olhos e machucando meu braço. Sim, é definitivamente uma recaída e eu acabo de decidir que te amo mais que tudo no universo e que amanhã, ou hoje, porque já são sete e meia da manhã, vou resolver isso. Agora preciso dormir só um pouquinho
Volto pra cama. Coração disparado. Não tem posição na cama. O que eu faço? Não tô a fim de ler, não tô a fim de ver TV. Aquelas outras coisas que se faz pra acalmar tô com preguiça agora, minha imaginação está indo toda para traçar um plano para que eu descubra. Descubra o quê? Não sei, mas sei que algo está acontecendo, ou eu não estaria assim. Porque eu sinto quando ele está com alguém, sabe? Eu sinto. Sim! A cartomante!
Ligo pra Zuleide. Você atende hoje? Mas é domingo, Tati! Atende? Só se for por telefone. Tá bom, então joga aí: ele está com alguém? Mas Tati, você quer mesmo saber isso? Quero, mulher. Eu preciso saber. Joga aí: ele está com alguma puta? Tati, eu não posso perguntar isso pras cartas. Pergunta aí: ele tá com alguma piranhuda desgraçada vagabunda vaca dos infernos? Zuleide pede desculpas e desliga. Preciso do Lexapro mas ele acabou há semanas, igual meu amor. E agora, de repente, preciso tanto dos dois novamente
Você acha que ele está com alguém? Não sei, Tati, eu ainda tô dormindo, posso te ligar mais tarde? Você acha que ele está com alguém? E se estiver, Tati, quer ir ao cinema mais tarde? Você acha que ele está com alguém? Putz, sei lá, homem sempre tá comendo alguém né? Você acha que ele está com alguém? Tati, do jeito que ele gostava de você? Claro que não!
Chega, chega. Preciso me acalmar. Pra que isso? Se ele estiver com alguém agora, e daí? Terminamos não terminamos? Ele e eu não temos nada a ver, certo? Decidimos que era melhor assim, certo? Eu não tava bem com ele e nem ele comigo, certo? Porque era bom e tal. Aliás, meu Deus, como era bom. Mas não era bom pra ficar junto, certo? Então pronto. Chega. Adulta, adulta.
Qual o problema se ele estiver agora, justamente agora, lambendo a virilhazinha de alguma desgraçada? Qual o problema? Ok, eu posso morrer. Eu definitivamente posso morrer. Chega, vou acabar com essa palhaçada agora mesmo.
Tomo banho, me visto, pego a bolsa, entro no carro. Considerando que ele não mora tão longe, não sei exatamente o que eu pretendo com isso. Mas me faz bem enganar o cérebro e fazer de conta que estou indo atrás da verdade. Na verdade vou só na casa de outro, preciso fazer qualquer coisa que não seja sofrer, mas não consigo. O outro não conhece Black Swan, não ri da história da Zuleide, não me aperta o braço.
Volto pra casa, destruída. Sinto tanto amor dentro de mim que posso explodir e bolhas de corações vermelhas atingiriam o Jaaapão. Quase não consigo respirar. Chega, chega. Ligo pra ele. Ele não atende. Ligo de novo. Ele atende falando baixinho. Você está com alguém? Estou. Desligamos. Pronto, agora eu já sei. Depois de um final de semana inteiro de palpitacões, descargas de adrenalina, músicas, textos, amigos, danças, gritos, sensações, assuntos, choros, dores, vida. Agora eu já sei.
O que eu nunca vou saber é porque faço tudo isso COMIGO só porque tenho tanto pavor do tédio. Era só isso o que eu precisava saber.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Vai, menina, escreve. Encontra as palavras certas nesse precipício de emoções. Não pule agora. Segure firme. As lembranças são a ponte que vão te levar para o outro lado.
Estenda a cama. Depois tire as fotos antigas do mural e jogue o lixo fora. Ligue o chuveiro, deixe a água escorrer pelo teu corpo. Lentamente. O vapor deve estar embaçando o vidro. Escreva alguma coisa com os dedos. Saia. Agora seque o cabelo, abra a janela emperrada do quarto e cozinhe alguma coisa que faça seu estômago revirar. Sem queimar o dedo de novo. Mastigue devagar enquanto finge prestar atenção naquele filme sem título. Mude de canal quantas vezes desejar. Dê um tempo do mundo real. Escute o silêncio te contar alguns segredos. Surpresa: no fundo, você sempre soube que isso iria acontecer.
No fim, não importa onde seu corpo vive. Seus pensamentos é que sempre serão sua casa.
Escolha uma roupa bem bonita. Passe aquele batom vermelho. O celular não tocou, mas você pode usá-lo para falar com mais alguém. O dia ainda não acabou. Encontre as chaves. Você não está sozinha. Consegue ver aquele carro preto estacionando ali na frente? É de alguém que realmente se importa. Não com o que vão pensar. Dessa vez, com você. Alguém que ainda não tem um passado em comum, mas que oferece um futuro inteirinho todo em branco.
Ele não vai dizer as mesmas coisas. Também não vai ter o aquele cheiro de roupa limpa. O cara do carro que acabou de estacionar tem cheiro doce. É mais velho, viu mais do mundo e talvez isso pareça um grande problema. Você tem medo, eu sei, mas não é. Ele vai te segurar mais firme pela cintura, ler seus textos quando você não estiver por perto para não te envergonhar e no fim da noite, vai te levar até a porta do apartamento novo depois do cinema.
Às vezes, ele vai te mandar flores só para lembrar o quão forte você tem sido nos últimos meses. Não tenha medo de contar, minha querida. Porque é justamente ele que vai te provar que o amor da sua vida nem sempre é aquele cara que chega e transforma tudo de uma hora para outra. O amor da sua vida é aquele cara que chega e simplesmente fica. Ele.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

É Natal !


Sobre ciclos que terminam...

Ontem eu não imaginava que hoje eu sentiria vontade de escrever este texto. Quero dizer, que eu estaria pronta para compartilhar essa verdade secreta com o mundo. Você sabe. No fundo, todos nós sabemos. Algumas coisas, às vezes pequenas, às vezes maiores do que conseguimos imaginar, precisam de tempo para serem compreendidas. Um perdão. Um trauma. Uma morte. Um erro cometido no passado. Coisas que incomodam em silêncio e que com o tempo, todo mundo esquece. Menos nosso próprio coração.
Coisas teoricamente bestas, que perto do que mostram os jornais sensacionalistas, nos tornam seres superficiais e ingratos. Ainda assim, estou aqui para bater no peito e dizer que essa dor não é nem um pouco superficial. É profunda e às vezes, nem com muita terapia conseguimos descobrir onde realmente dói ou como faz para parar.
É uma questão de tempo. Do clichê e incontrolável tempo. Não tem jeito, mais cedo ou mais tarde você vai olhar no espelho, ou para a bagunça do seu novo quarto, e se perguntar, quando é que as coisas mudaram tanto assim? Qual foi o exato momento em que fulano se tornou um completo desconhecido? Seria depois daquela atitude? Ou depois daquela expectativa diariamente cultivada? Quando foi que, você, deixou de colocar aquilo em primeiro plano? Vai saber. Só acordei pensando que, nós fizemos tantos planos, tantos sonhos para o final do ano e para o novo ano que esta pra chegar e ja chegou, e cade vc ? Cade os nossos planos ? Será esses sonhos eram o certos, seja que a gente estava certo em sonhar daquela forma ? Ou sera que era sonhos errados e impossiveis de se realizar ? 
Passei uns bons meses tentando descobrir se eu realmente já tinha feito isso. Foi olhando através da janela da minha casa, para vista cheia de prédios e luzes de Natal, que a ficha caiu. Nós não fazemos isso com uma atitude, fazemos isso continuando nosso caminho e lutando a favor daquilo que acreditamos.
Um cliclo termina quando paramos de chamar o começo de começo ! Quando aceitamos o presente e  aprendemos a respeitar o final. Ao contrário do que já li muitas vezes por aí, respeitar não tem nada a ver com esquecer ou deixar pra lá. É simplesmente aprender a conviver e lidar com o fato de uma maneira madura. Conversando, ligando, escrevendo, pedindo desculpas, visitando o túmulo pela primeira vez ou sei lá, ligando o foda-se e deixando escapar uma lágrima bem na frente da pessoa.
Às vezes, involuntariamente, nos tornamos o ponto final da história de alguém. Às vezes a vírgula, às vezes a exclamação e infelizmente, às vezes, o ponto de interrogação. Também corremos o risco de ser a reticências, fadados a um final meio que sem continuação. Mas isso não é tão importante porque independente do que aconteça, aqui, ali ou aí, teremos sempre a nossa própria história para escrever. Nela, as páginas não são escritas com canetas, palavras e promessas. Para conseguir virar nossa página, precisamos de escolhas e atitudes.
A boa notícia é que um novo dia nasce toda manhã. O mesmo sol de alguns anos atrás. O mesmo frio ou calor. O mesmo horizonte, talvez até a mesma vista da janela. Mas ainda sim, um arriscado e surpreendente dia. Espero que saiba ou descubra logo o que fazer com ele.
Ps: Tenho certeza absoluta que já usei cada palavra deste texto pelo menos mil vezes. A questão é que em uma ordem diferente, elas podem querer dizer outras coisas. É mais ou menos por aí....

Entre aspas: Sem indireta, para endireitar

Digite aqui uma indireta para alguém.
Poderia ser a frase de abertura de qualquer atual site de redes sociais kkk. Mas mais do que isso poderia ser a frase que a gente anda colocando como a principal no manual de instruções do que devemos estampar no coração da gente. Estamos lotando nossas falas, textos, fotos e pensamentos de indiretas. É como se a nossa vida virasse uma metáfora para o que sentimentos e por medo e covardia a gente calasse a verdade. Se o amor hoje em dia pudesse ser classificado em uma Era, seria a Era das Indireta. Talvez a Era da Paranóia (o que vão pensar do que eu falar?/será que falaram isso para mim?). É um tempo de amores que terminam antes de começar, porque o outro não nos dá a chance de conhecer quem realmente somos e se o que ele acha que somos não vale a pena, ele acha que não vai dar certo, é um falta de entrar no intimo do outro e ir longe, naquele lugarzinho onde ninguem vai, dos medos, das incerteza, das coisas ruin. E, sem conhecer, a gente segue achando sem nunca encontrar. Não adianta falar para o mundo inteiro e esquecer de dizer a quem de fato precisa escutar. Não adianta achar que o outro sabe do que você fala, você não pode oferecer charadas ou adivinhações ao invés de amor e confiança.
Você não tem coragem de dizer a alguém que está apaixonado, pois tem medo de assustar. Não tem problema, algum trecho de música, filme, seriado, novela, livro, poema ou frase de pára-choque de caminhão pode ser publicada na Internet e, pronto, sua paixão está declarada (Ou não). A saudade aperta e tudo perde um pouco a graça sem alguém ao seu lado. Mas dizer que sente falta pode soar desesperado, imaturo ou humilhante. Então, poucos dizem e muitos compartilham alguma foto em preto e branco e… concluído, já disse ao mundo que está tudo cinza, cinza de saudade.  Você erra e para não pedir perdão usa um contato mantido sem qualquer razão como indireta para dizer “me desculpa?”. Você não tem a honestidade suficiente de dizer a alguém que não gostou do físico dela quando a conheceu pessoalmente ou que por qualquer outro motivo não está mais a fim. Ao invés de dizer claramente “não” você usa seu silêncio como indireta. Ou você inventa alguma desculpa, tudo para não assumir que é apenas covarde.
Eu sei, a gente usa indireta para ver se a vida endireita e por mágica fica como a gente quer, a gente usa desculpas para tentar não magoar alguém e ter depois que de fato se desculpar pela dor causada. Eu sei, mas não basta, não basta porque o outro precisa entender. Você pode duvidar, mas distância nem sempre é a indireta perfeita para dizer que não está mais a fim ou para expressar que você foi magoado, da mesma forma estar sempre presente e disposto não é a indireta certeira para afirmar que você ama alguém. Isso tudo é só ter medo e deixar de dizer, é fugir, escolher ter e oferecer dúvidas. E criar um novo problema nunca foi a melhor solução.
No amor, pode não haver tempo. Pode não haver tempo não porque você vai morrer amanhã, mas porque alguém que você ama pode acabar desistindo de viver hoje ao seu lado. Pode não ter mais perdão para suas desculpas, pode não ter mais como endireitar o que você perdeu por tanta indireta. Amor não pode ser algo que se passa somente dentro da sua cabeça e que somente você vai entender. Amor precisa sim ser dito, ser claro ao ponto de quase ser clichê. Eu disse quase. Às vezes as pessoas não estão prontas para ouvir a verdade ou as verdades do que sentimos, mas ainda assim diga e, se preciso, grite.
Digite aqui o você de fato sente por mim, para abrir a porta e poder ficar.