segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A sensação de liberdade só é conquistada com o retorno à solteirice ??


Em determinadas relações, ficamos muito mais sufocadas pela ausência do homem que amamos do que pela presença dele. E é quando temos que nos não paramos de nos queixar, pela trigésima vez, do seu namoro caótico, dizendo que não sabia por que ainda estava com aquele seqüelado, etcetera, etcetera. Planejando até terminar com o cara de novo, e a gente sabe o quanto sofri longe dele. Já estive a frente (ou em frente) desse relato mil vezes já escutado: adoro histórias de amor meio dramáticas então a unica coisa que eu tenho a dizer é a frase definitiva: “Eu, se fosse você, não terminava. Às vezes ficamos mais presas a um amor quando ele termina do que quando nos mantemos na relação”. Tacada de mestre.

A partir daí, começamos a debater essa inquestionável verdade: em determinadas relações, ficamos muito mais sufocadas pela ausência do homem que amamos do que pela presença dele. Creio que vale para ambos os sexos, aliás. Um namoro ou casamento pode ser questionado dia e noite: será que tem futuro? Será que vou segurar a barra de conviver com alguém tão diferente de mim? Será que passaremos a vida assim, às turras? Óbvio que não há respostas para essas perguntas, elas são feitas pelo simples hábito de querer adivinhar o dia de amanhã, mas a verdade é que mesmo sem certificado de garantia, a relação prossegue, pois, além de dúvidas, existe amor e desejo. E isso ameniza tudo.

Os dois estão unidos nesse céu e inferno. Até que um dia, durante uma discussão, um dos dois se altera e termina tudo. Alforria? Nem sempre. Aí é que pode começar a escravidão, ai fica a relação iô-iô, perdia o rumo cada vez que terminava com o namorado. Aí mesmo é que não pensava em outra coisa. Só nele. Não conseguia se desvencilhar, mesmo quando tentava. Todas as suas atitudes ficavam atreladas a esse homem: queria vingar-se dele, ou fugir dele, ou atazaná-lo – cada dia uma decisão, mas todas relacionadas a ele. Só quando reatavam (e sempre reatavam) é que ela descansava um pouco desse stress emocional e se reconciliava com ela mesma.

Eu nunca havia analisado o assunto por esse ângulo. Sempre achei que a sensação de asfixia era derivada de uma união claustrofóbica e a sensação de liberdade só era conquistada com o retorno à solteirice. Mas o amor, de fato, possui artimanhas complexas.

Por que temos urgência de abandonar um amor pelo fato de ele não ser fácil? Quem garante que sem esse amor a vida não será infinitamente mais difícil? Às vezes é melhor uma rendição que nos garanta liberdade do que fugir de um amor que não foi vivido até o fim. Não antecipe o término do que ainda não acabou, espere a relação chegar até a rapa, e aí sim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.